Nova York, 5 Fev 2012 - Uma menina de nove anos foi submetida com êxito há alguns dias em Boston a um extraordinário transplante de seis órgãos, que incluiu um raro transplante de esôfago, anunciou o Hospital Infantil da cidade americana.
A pequena Alannah Shevenell tinha desde 2008 um raro e agressivo tumor que se expandiu para o estômago, fígado, pâncreas, esôfago, intestino delgado e baço, até não deixar outra opção, exceto um transplante múltiplo, que aconteceu na terça-feira passada.
"Quando todos os outros tratamentos falharam, o diretor do Centro de Transplante Pediátrico (PTC) do Hospital Infantil sugeriu um transplante múltiplo de órgãos que removeria o tumor e substituiria os seis órgãos afetados por sua presença", afirma um comunicado publicado no site do hospital.
"Sob o comando do cirurgião e diretor do PTC, Heung Bae Kim, cirurgiões do PTC executaram uma intervenção cirúrgica de 14 horas. Uma vez que o tumor de Alannah foi extirpado com êxito, os médicos pegaram os órgãos do doador, que vieram de apenas uma pessoa e foram mantidos juntos, e os transplantaram para a menina", completa o texto.
"O caso da pequena Alannah tornou o PTC do Hospital Infantil de Boston o primeiro centro da Nova Inglaterra a ter transplantado com sucesso seis órgãos em apenas uma intervenção", disse o centro médico.
"Não havia maneira de retirar o tumor sem retirar os órgãos, porque se retirássemos o tumor, os órgãos não receberiam sangue e morreriam", afirmou Bae Kim ao jornal Boston Globe.
"Cada transplante é um desafio. Mas este foi um pouco maior pelo esôfago", completou Kim, ressaltando ainda as "dificuldades para encontrar os órgãos, que deveriam ser do mesmo tamanho e tipo sanguíneo da criança".
A oportunidade surgiu quando a família de um menino recentemente falecido ofereceu a doação dos órgãos para que Alannah tivesse uma segunda chance.
"Como Alannah mostrou, o transplante múltiplo de seis órgãos é possível", destacou o Hospital Infantil de Boston.
A menina retornou para casa no Maine na quarta-feira, depois de passar mais de três meses internada recebendo tratamentos infrutíferos e a operação de transplante final.
Alannah, que mora com os avós em Hollis, uma localidade de 4.500 habitantes no Maine, não terá nenhuma restrição real em termos de atividade, segundo Kim.
No momento, ela toma nove medicamentos diários e é submetida a exames contínuos para controlar os níveis de açúcar. Um tutor trabalha 20 horas por semana na casa da menina para que possa dar continuidade aos estudos.
O sistema imunológico de Alannah é tão frágil que ela não pode ficar em locais com muitas pessoas, como escolas, igrejas ou centros comerciais. Também não pode comer vegetais crus ou frutas, exceto aquelas com casca ou pele muito fina, pelo risco de germes.
Fonte: Uol Notícias
05/02/2012
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