segunda-feira, 25 de março de 2013

MÉDICOS CONDENADOS POR TRÁFICO DE ÓRGÃOS VOLTAM A ATENDER PELO SUS

Os quatro médicos condenados por tráfico de órgãos em Poços de Caldas (MG) conseguiram um habeas corpus na última sexta-feira (22) e poderão atuar novamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), além das penas que variam de oito a 11 anos e seis meses, os médicos deveriam cumprir também medidas cautelares. Uma delas proibia que eles prestassem serviços médicos pelo SUS. A outra medida cautelar proibia que os médicos se ausentassem do país ou mesmo da comarca sem prévia autorização do juiz.
 
A defesa dos médicos alega que a condenação foi exacerbada e que o pedido de habeas corpus foi acatado pela Justiça. Desta maneira, os médicos podem voltar a atender pelo SUS e também podem sair da Comarca de Poços de Caldas ou mesmo do país sem que tenham que pedir autorização judicial.
 
O caso

O juiz da 1ª Vara Criminal de Poços de Caldas, Narciso Alvarenga Monteiro de Castro, condenou quatro médicos envolvidos em um esquema de compra e venda de órgãos humanos no Sul de Minas. Segundo a Justiça, os profissionais faziam parte de uma equipe médica clandestina que removia órgãos e realizava transplantes de forma irregular. Conforme a Justiça, ainda cabe recurso.
Os médicos João Alberto Góes Brandão, Celso Roberto Frasson Scafi, Cláudio Rogério Carneiro Fernandes e Alexandre Crispino Zincone foram condenados a penas que variam de oito a onze anos e seis meses de prisão em regime fechado por homicídio doloso, compra e venda de órgãos humanos, violação de cadáver e realização de transplante irregular.
A condenação se refere à retirada de órgãos de José Domingos de Carvalho, morto aos 38 anos em abril de 2001, na Santa Casa de Poços de Caldas.
 
Caso Pavesi

O caso veio à tona após a morte de um menino de 10 anos, Paulo Veronesi Pavesi, que caiu de uma altura de aproximadamente 10 metros do prédio onde morava em Poços de Caldas, em abril de 2000. A morte encefálica do garoto foi diagnosticada na Santa Casa de Poços de Caldas pela equipe médica do Doutor Álvaro Ianhez. Depois disso, os órgãos foram retirados para doação.
 
Meses depois, a Polícia Federal abriu inquérito para apurar o caso, porque de acordo com uma denúncia, a morte encefálica teria sido diagnosticada de forma irregular. Ainda conforme o inquérito, quando a morte foi comprovada, o garoto estava sob efeito de substâncias depressivas do sistema nervoso central. Na época, quatro médicos foram indiciados.

A investigação deu origem a outros seis inquéritos e a Santa Casa perdeu o credenciamento para realizar transplantes. O caso foi parar inclusive no Congresso Nacional, na CPI que investigou o tráfico de órgãos. Os médicos foram acusados de homicídio doloso qualificado, já que o Ministério Público Federal considerou que a morte encefálica do menino foi forjada. O inquérito foi concluído um ano após o início das investigações.
 
25/03/2013 

sexta-feira, 8 de março de 2013

MULHER DO TEXAS RECEBERÁ 1° TRANSPLANTE DUPLO DE BRAÇOS NOS EUA

Uma mulher do Texas que perdeu os dois braços e as duas pernas por causa de uma intoxicação alimentar foi liberada para receber um duplo transplante de braços, operação inédita nos EUA, a ser realizada no Hospital Brigham and Women's, em Boston.

Katy Hayes, 44 anos, ganhará novos braços acima do cotovelo. O hospital ainda busca um doador num banco regional de órgãos, e não há data prevista para a cirurgia. "Tenho a determinação de tornar esses braços meus", disse Hayes numa entrevista coletiva. "Quero minha vida de volta. Quero segurar meus filhos. Quero abraçar meu marido."

Hayes foi contaminada pela bactéria estreptococo do grupo A, depois de dar à luz seu terceiro filho, em fevereiro de 2010. Ela também perdeu o intestino grosso e o útero. O transplante pode permitir que Hayes dobre e estenda os cotovelos e se erga sozinha da cadeira de rodas. Mas não está claro que funcionalidade os braços - e especialmente as mãos - terão, segundo Bohdan Pomahac, diretor de cirurgia plástica com transplantes do Brigham.

Hayes e a família chegaram em julho do Texas, e ela vinha sendo submetida a exames físicos e psicológicos para avaliar sua compatibilidade com a dolorosa cirurgia e a lenta recuperação. Transplantes de braços são considerados tecnicamente menos difíceis que os transplantes de mãos, mas a recuperação é mais desafiadora, e as potenciais conexões nervosas são mais tênues.

Fonte: ABTO - Associação Brasileira de Transplante de Órgãos

quarta-feira, 6 de março de 2013

PAIS DE MENINO DOENTE NA INGLATERRA DECIDEM NO "CARA OU COROA" QUEM DOARIA RIM PARA O FILHO

Adam Younis, de Sparkhill, Birmingham (Inglaterra), necessitava de um transplante de rim aos 18 meses de vida.

Ele nasceu com síndrome nefrótica congênita, ou seja, seus rins não eram capazes de filtrar líquidos adequadamente, e precisava urgentemente de um transplante. Seu rim esquerdo foi removido quando ele tinha apenas 9 meses, segundo reportagem do britânico Mail Online.

Tanto o pai Muntzair Younis, 28, quanto a mãe Kiran Younis, 25, queriam se submeter à operação para salvar a vida do filho, e concluíram que a única solução justa era jogar uma moeda e decidir no jogo de "cara ou coroa" quem doaria o rim para o filho.

"Disseram-nos, em um momento, que ele provavelmente morreria aos 18 meses de idade", disse Kiran.

O casal entrou em acordo que quem acertasse seria o doador. Muntzair ganhou após escolher "cara" e pai e filho foram submetidos a um transplante bem sucedido em dezembro de 2011.

Kiran afirma que, após tantos problemas, os dois estavam "igualmente desesperados" para salvar a vida do filho. "Mas achei que eu deveria fazer isso, pois fui eu quem o carregou por nove meses e o dei à luz", disse.

"Mas meu marido queria doar pois já havia desistido do trabalho em um restaurante para cuidar do nosso filho. Nós discutimos sobre isso e foi minha mãe quem disse para jogarmos uma moeda para decidir. Então, foi isso o que fizemos", conta Kiran.

"Eu nunca vou esquecer aquele dia", conta o pai, Muntzair Younis. "Estávamos do lado de fora do hospital Queen Elizabeth, em Birmingham, e os médicos haviam nos dado um prazo curto para decidir quem iria doar".

"Quando meu marido jogou a moeda para cima, foi como câmera lenta", relembra Kiran. "Para nós, seria sortudo aquele que desse esse "presente" para o nosso filho".

Adam Younis, que tem um irmão de seis e outro de três anos, agora tem quatro anos e está pronto para começar a escola.

Fonte: Uol - Notícias
06/02/2013



RAPAZ CONSEGUE NA JUSTIÇA O DIREITO DE DOAR RIM AO AMIGO EM CUIABÁ

O técnico em informática Valderson Evangelista Campos, 30, obteve da Justiça de Mato Grosso o direito de receber o rim de Daniel Frank Loango, 30. Ambos trabalham em uma mesma empresa em Cuiabá, têm a mesma profissão e são amigos há pelo menos 15 anos.

A decisão foi do juiz Yale Sabo Mendes após ação movida pela defensora pública Juliana de Lucca Crudo. Esse é o segundo caso obtido por pacientes renais em Mato Grosso. A lei federal 9.434/97 impede a doação de órgãos e tecidos por pessoas que não sejam parentes consanguíneos ou cônjuges.

Segundo a defensora pública, o processo foi acolhido pela 2ª Vara Cível de Cuiabá, dia 23 de janeiro. Uma semana depois (30), o juiz emitiu parecer favorável.

"É uma situação muito positiva que beneficia uma pessoa e aponta o grau de amizade entre elas, já que ninguém da família tem órgão compatível com o dele [Valderson]. O paciente é submetido à hemodiálise três vezes por semana e tem vida limitada", afirmou.

Ao UOL, por telefone, o doador Daniel Loango disse que o amigo passou a ter problema nos rins há dois anos e desde então procura doadores. "Fiz exames e meus órgãos são compatíveis", disse. Valderson, por orientação de familiares, preferiu não se pronunciar.

Segundo a defensora Juliana Crudo, o transplante será realizado no início de março no Hospital Albert Einstein, em São Paulo (SP).

Fonte: UOL - Notícias
05/02/2013