Aumento foi de 40% em comparação ao primeiro semestre de 2010. País tem o terceiro maior banco de voluntários do mundo.
Os transplantes de medula óssea realizados na rede pública de saúde no Brasil bateram recorde este ano. Basicamente por causa do movimento solidário de uma legião de cidadãos.
Laura, de 7 anos, fez o transplante de medula em setembro e se recupera bem. Ninguém da família era compatível e o doador veio Banco Nacional de Medula Óssea. A busca demorou dois meses. “Foi muito rápido. Eu acredito que já tinha alguém esperando pela Laura”, disse a mãe da menina, a professora Patrícia Ribeiro.
O transplante de medula é o tratamento para leucemia ou anemias graves. De cada quatro pacientes, apenas um encontra um doador compatível na família. Os outros precisam recorrer aos bancos de voluntários. E o Brasil tem o terceiro maior banco de medula óssea do mundo. São 2,5 milhões cadastrados. O banco brasileiro perde apenas para o dos Estados Unidos e o da Alemanha.
“Isso aumenta demais a perspectiva de encontrar um doador nesses bancos. Também amplia a margem de miscigenação genética da população brasileira”, afirma Larissa Medeiros, médica do Hospital das Clínicas da UFPR.
Em 2000, a chance de encontrar um doador era apenas de 10%. Atualmente, chega a 70%. O tempo médio na fila diminuiu de um ano para cinco meses. E, no primeiro semestre de 2011, o número de transplantes cresceu 40% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Para fazer parte do banco de medula basta uma amostra de sangue. Se houver compatibilidade, o doador é chamado.
“É um processo extremamente simples. A maior parte das pessoas acredita que é uma cirurgia, e não é. O doador acaba tendo essa medula óssea rapidamente regenerada, sem prejuízo para a sua saúde”, explica Larissa Medeiros.
“Você não imagina que vai ser compatível com alguém, mas torce para que isso possa ajudar alguém lá na frente que esteja precisando realmente”, conta a doadora Raquel Olimpio de Faria.
Fonte: G1.globo.com - Jornal Nacional
11/11/2011
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