quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

TRANSPLANTADOS SE REENCONTRAM PARA CELEBRAR VIDA NOVA

Reunidos com a família e os amigos, transplantados de medula óssea pelo Hospital das Clínicas se reuniram no Hemoce para celebração da vida renovada. Primeiro transplante autólogo de medula do Ceará ocorreu em 2008

“A vida está linda” é como o caseiro Paulo de Sousa, de 30 anos, responde ao cumprimento simples: “Tudo bem com o senhor?”. Já faz 14 meses desde quando se submeteu ao transplante de medula óssea no Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC, o Hospital das Clínicas). Ontem, no segundo Encontro Natalino dos Transplantados de Medula Óssea, ele, a esposa Bia e o filho de cinco anos Luan estavam lá.

O procedimento de Paulo, como dos demais transplantados reunidos, chama-se autólogo. Parte da medula óssea é retirada do próprio paciente, tratada pelos médicos do Hospital das Clínicas e, em seguida, acondicionada pelas bioquímicas do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará, o Hemoce. Desde a primeira consulta até o dia do transplante, são, em média, 80 dias.

A parceria Hemoce e HUWC ocorre desde 2008, quando, no dia 26 de setembro, houve o primeiro transplante autólogo de medula óssea do Ceará - completamente gratuito ao usuário. Desde então, foram 38 procedimentos similares em pacientes cearenses do Sistema Único de Saúde, o SUS, com doenças onco-hematológicas - leucemia, linfoma, mieloma múltiplo e mielodisplasia. Todos feitos pela HUWC/Hemoce.

“Temos hoje fila com cinco pessoas. Como não é preciso esperar pelo doador, a espera é pelo tratamento do próprio paciente e pelos leitos disponíveis. Essas cinco estão já tratadas, mas temos apenas dois leitos. O ideal seria se tivéssemos, no mínimo, dois a mais”, avalia o chefe da equipe de transplantes do Hospital Universitário, Fernando Barroso.

Depois dos seis meses em casa e dos vários exames, o paciente do transplante autólogo é tratado como recém-nascido, precisa de todas as vacinas infantis outra vez. Dali em diante, a vida precisa de mais cuidado e constantes visitas ao médico.

Fora isso, Paulo ganhou o viço da pele de novo: “O filho do meu patrão é médico, ele quem descobriu o câncer. Teve época que minhas plaquetas chegaram a cinco mil. Ele me disse: ‘Mas você quase morre, hein?’. Pois é. Mas tô aqui”.

ENTENDA A NOTÍCIA

O trabalho conjunto entre o laboratório do Hemoce, onde são conservadas as células de medula óssea, e a unidade de transplantes onco-hematológicos salvou 36 vidas desde o ano de 2008. Foram 38 procedimentos ao todo. Até o fim deste ano, o objetivo é arredondar para os 40.

Matéria de Janaína Brás

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