Apenas 2% dos pacientes que têm um infarto, conseguem reconhecer os sintomas. Médicos do Samu identificam o ataque em cinco minutos.
A partir de hoje acontece a Semana Mundial do Coração. O objetivo é alertar a população para a prevenção de doenças cardíacas. A ação é importante, já que segundo o Ministério da Saúde, apenas 2% dos pacientes que têm um infarto, conseguem reconhecer os sintomas. Em 2009, mais de 70 mil pessoas morreram vítimas de infarto no Brasil.
“A dor no peito é a principal queixa que leva os pacientes com suspeita de infarto aos serviços de emergência”, diz o cardiologista Leopoldo Piegas. É uma dor muito forte, que pode refletir no braço esquerdo e no queixo também. Algumas pessoas têm ainda enjoo e suor. “Cerca de 70% das pessoas que têm infarto do miocárdio têm esse quadro”, completa.
Os outros 30% sentem o que os médicos chamam de quadro atípico: dor no peito não tão forte, cansaço intenso, falta de ar, dor no abdômen, diarréia e tontura. São sintomas mais comuns entre idosos e diabéticos.
Tempo é tudo quando se trata de um infarto, tanto que no jargão médico existe a famosa hora de ouro, que nada mais é do que a primeira hora de manifestação dos sintomas e do socorro que, se feito nesse período, é muito mais eficiente. Por isso saber reconhecer os sintomas de um farto é tão importante.
Hoje os médicos do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) descobrem se o paciente está tendo um infarto em cinco minutos. O exame eletrocardiograma é feito dentro da ambulância, com a ajuda da internet e de um celular. “Através de um aparelho você coloca o eletrodo no paciente e vê o traçado do eletro. A gente conecta o celular e ele transmite até o hospital o traçado do eletro. A partir daí, o médico no hospital lê e cinco minutos depois manda o resultado do eletro e a conduta que tem que ser seguida”, explica a médica do Samu, Maria Dolores de Figueiredo Jacinto.
O diagnóstico rápido e certeiro é feito em uma sala do Hospital do Coração, em São Paulo. Dezesseis cardiologistas se revezam no trabalho que não para. “A gente permite que pacientes que não têm problemas cardiológicos, mas que têm sintomas semelhantes a esses problemas não sejam levados para unidades especializadas, ocupando leitos que não precisariam ser ocupados por este tipo de paciente, que poderia ser atendido em um local mais simples”, diz o cardiologista Enrique Pachon.
Matéria de Monalisa Perrone
Jornal Hoje - Edição do dia 26/09/2011
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